Um VASCO na República do Congo?

Nos anos 80, surgiu uma equipe revelação que fez história no futebol congolês, o Kotoko de Mfoa Football Club de Brazzaville, na República do Congo, desbancou os grandes clubes do país e levantou a taça em 1983. O clube teve uma passagem de oito anos pela elite nacional e hoje se encontra extinto. Os “porcos-espinhos“, como eram conhecidos, deixaram uma grande curiosidade marcada na história. Porque usaram a camisa do Vasco da Gama em um campeonato?

Time com a camisa original

Com a camisa do Vasco nos anos 80

FONTE: https://sportnewsafrica.com/

Dois grandes clubes africanos vivem um martírio em suas ligas nacionais!!!!

Na Costa do Marfim o grande AFRICA SPORTS DE ABDJÃ, 11 vezes campeão nacional, vice-campeão africano em 1986, 02 vezes campeão da Recopa Africana de clubes em 1992 e 1999, passa a cinco anos por um momento único, jogar a 2º Divisão do país.

E com requintes de crueldade para sua torcida, uma das maiores do país. O clube foi rebaixado em 2021 ao obter apenas duas vitórias no campeonato nacional.

Aí que se iniciou o martírio do clube, seguidamente sendo vice-campeão, até esta última temporada 2024-2025, quando novamente foi vice-campeão da 2º Divisão, não conseguindo o tão sonhado acesso a divisão de elite!

Em Angola, outro grande clube também passa por uma situação semelhante, o ASA de Luanda, 07 vezes campeão nacional, 03 vezes campeão da Copa de Angola, semifinalista da CAF Cup, equivalente a antiga Taça da Uefa, também segue seu martírio, desde 2019.

Longe da elite, o clube passa por situação financeira critica, inclusive algumas vezes não conseguindo nem chegar a etapa final da 2º Divisão, nos classificatórios da etapa regional de Luanda ou não participando ou não se classificando e mais uma vez esse ano não será o da volta a elite nacional, ficando em uma posição intermediária na etapa final da Segunda divisão.

FONTE: Wikipedia

Escudo o início de 2000: Alecrim Futebol Clube – Natal (RN)

O Alecrim Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Natal (RN). A sua Sede fica localizada na Rua dos Caicós (antiga Avenida Sete), nº 1.722, no bairro Alecrim, em Natal/RN.

História

Fundado no domingo, do dia 15 de agosto de 1915, por um grupo de rapazes formado por Lauro Medeiros, Pedro Dantas, Cel. Solon Andrade, José Firmino, Lauro Medeiros, Humberto Medeiros, Gentil de Oliveira, José Tinoco, João Café Filho, Juvenal Pimentel e Miguel Firmino.

O local da fundação foi o sítio Vila Maria, pertencente a Cândido Medeiros, na atual Rua General Fonseca e Silva, próximo da atual Igreja São Pedro em Natal/RN, no então longínquo bairro do Alecrim (na época o bairro era considerado zona rural de Natal-RN). Lauro Cândido de Medeiros foi o 1º presidente.

A ideia inicial que motivou a fundação do clube esmeraldino tinha como objetivo principal ajudar de forma filantrópica as crianças pobres do bairro que lhe deu origem. Com efeito, o clube esmeraldino fundou e manteve uma escola noturna para essas crianças.

Dessa forma o Alecrim atendia a um apelo de uma campanha nacional patrocinada pelo Presidente da República do Brasil Venceslau Brás, que tinha como objetivo erradicar o analfabetismo no país.

No início o time era formado por negros e índios

Além do mais, na época, jogadores e torcedores de ABC e América de Natal faziam parte da elite da cidade, enquanto o Alecrim FC era composto basicamente por negros e descendentes de índios (moradores do bairro), o que os expunham a todo tipo de preconceito, que aliás, era muito comum no início do desenvolvimento do esporte bretão em nosso país.

O Vingador

O Alecrim nos anos 60 era chamado de “o vingador” do futebol do Rio Grande do Norte, pois os times de outros estados quando vinham a Natal ganhavam de ABC e América de Natal e perdiam para o esquadrão esmeraldino.

Exemplo de força do clube verde nesta década foi o caso do Rampla Júnior do Uruguai que numa excursão ao Brasil estava invicto: 0 a 0 com o Americano (RJ); 2 a 1 no Democrata de Governador Valadares (MG); 2 a 0 no Fortaleza (CE); 1 a 1 com o Treze (PB); 2 a 2 com o Náutico de Recife; vindo a perder finalmente para o Alecrim por 1 a 0 com gol do artilheiro Rui.

Único Presidente da República a jogar num clube de futebol

O Alecrim é o único clube da história do futebol brasileiro que teve um (futuro) presidente da república jogando em suas fileiras. Trata-se de João Café Filho, 18º presidente do Brasil (1954-1955). Café Filho foi goleiro titular da onzena “periquito” em 1918 e 1919.

Mané Garrincha

O Alecrim teve a honra de ter contado com Garrincha por uma partida, foi no dia 4 de fevereiro de 1968, no estádio Juvenal Lamartine. O craque das “pernas tortas”, usou a camisa 7 do Alecrim num amistoso contra o Sport de Recife, que venceu por 1 a 0, gol de Duda.

Com público de mais de 6 mil pagantes, e renda de Cr$ 21.980,00, o Alecrim formou com: Augusto; Pirangi, Gaspar, Cândido e Luizinho; Estorlando e João Paulo; Garrincha (Zezé), Icário, Capiba (Elson) e Burunga.

O rubro-negro pernambucano jogou com: Delcio; Baixa, Bibiu, Ticarlos e Altair; Valter e Soares; Bife, Cici, Duda (autor do gol) e Canhoto. Nesse amistoso, o Sport lançou, para testes, os jogadores Garcia (pertencente ao Riachuelo de Natal) e Evaldo (pertencente ao América de Natal).

Augusto; Pirangi, Gaspar, Cândido e Luizinho; Estorlando e João Paulo; Garrincha (Zezé), Icário, Capiba (Elson) e Burunga

Grandes personagens

Os grandes dirigentes, baluartes e abnegados da história do Alecrim foram: Bastos Santana, Severino Lopes, Lauro Cândido de Medeiros, Humberto Medeiros, Cel. Veiga, Cel. Pedro Selva, Silvio Tavares, Clóvis Motta, Joca Motta, Cel.Veiga, Walter Dore, Brás Nunes, Rubens Massud, Wober Lopes Pinheiro, Gabriel Sucar, Cel. Solon Andrade, além do grande patrono Monsenhor Walfredo Gurgel.

Sete vezes campeão Potiguar

O clube potiguar é heptacampeão estadual: 1924, 1925, 1963, 1964, 1968, 1985 e 1986. Quatro vezes campeão do Torneio Início (1926, 1961, 1966 e 1972); e um título do Campeonato Potiguar da 2ª Divisão de 2022.  

O Verdão é o 3º clube potiguar com maior número de participações na Série A, com 3 participações. Ao todo são 11 participações em campeonatos nacionais, sendo as mais recentes a Série D, em 2011, e a Copa do Brasil de 2015.

Participou da elite do futebol nacional em 1963, 1964 e 1986, sendo o único representante do estado nas três ocasiões. Nas primeiras participações do Verdão, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF), ainda denominava o Campeonato Brasileiro de “Taça Brasil”. Em 1986, na terceira participação, já era chamado de Brasileiro.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Adeilton Alves

FOTOS: Tribuna do Norte

FONTES: site do clube – texto de Carlos Alberto N. de Andrade, Prof. da Universidade do Estado do RN

Guarani Esporte Clube – Divinópolis (MG): 2º Escudo

Guarani Esporte Clube é uma tradicional agremiação da Cidade de Divinópolis (MG). Fundado no dia 20 de setembro de 1930, como Guarani Sport Club, quando José de Oliveira reuniu os amigos para a formação de um time de futebol.

Em 1936, com o surgimento da LMDD (Liga Municipal de Desportos de Divinópolis) Guarani entrou no campeonato da cidade, e mandava seus jogos em um campo onde hoje é a sede da Copasa, entre os bairros Esplanada e Bela Vista.

Os primeiros anos de história do Guarani foram marcados pela rivalidade com o Ferroviário, time da cidade que contava com os funcionários da Rede Ferroviária Estadual, setor forte da indústria em Divinópolis. Neste período o Guarani consolidou o seu nome no futebol divinopolitano e da região centro-oeste.

Em 1954 foi inaugurada a iluminação do Farião, fato marcante para um clube do interior de Minas. Um dos motivos maiores foi para fazer frente a torcida do Ferroviário, o rival da cidade. Nesta ocasião houve um amistoso contra o Botafogo-RJ, um dos maiores times da época, para comemorar a inauguração.

O curioso é que no Botafogo daquele amistoso, estava presente um jogador que viria a ser um dos maiores atletas que o Brasil já viu: Garrincha, ainda novo e desconhecido, pisou no Farião pela primeira vez.

Em 1961, quando na ocasião foi vice-campeão mineiro, o Guarani perdeu o título nas últimas duas rodadas. O torneiro era disputado por pontos corridos. A equipe divinopolitana só ficou atrás do Cruzeiro, campeão daquele ano. Era a melhor campanha do clube até então, o que fortaleceu ainda mais a paixão do divinopolitano pelo Bravo Bugre. Em 1964, o Guarani conquista o título do Torneio Início, vencendo o Atlético na decisão por pênaltis, após empate de 0 a 0 no tempo normal.

Após idas e vindas entre o amadorismo e o profissionalismo, o time se tornou profissional de forma definitiva em 1976. No ano de 1979 o atacante Fernando Roberto foi o artilheiro da competição, marcando 15 gols, ficando a frente de nomes como Reinaldo, Éder e tantos outros.

Em 1981, obtém seu melhor desempenho em competições nacionais, terminando na 4ª colocação da Taça de Bronze, equivalente atual Campeonato Brasileiro da Série C.

Em 1994, o conquista o título do Campeonato Mineiro da 2ª Divisão. No time capitaneado por Brandãozinho, diversos nomes que entraram para a galeria de ídolos do clube, como Assis, Hgamenon, Renato Paulista, Tarcísio e vários outros. Para este campeonato, foram inscritas dez equipes de todo o estado, a maior parte composta por história e tradição no futebol estadual.

A década de 2000 foi muito positiva para o Guarani. Apesar de começar no Módulo 2 em 2000 e conseguir o vice campeonato da competição, ao perder o título para o Mamoré de Patos de Minas, o time conquistou feitos grandiosos nessa década, mostrando para Minas e para o Brasil a força da torcida e da camisa vermelha que tanto representa do Centro Oeste Mineiro.

Em 2001 o Bugre estava novamente na Elite, porém não conseguiu se manter. A força que o impulsiona pra cima mais uma vez empurrou o Bugre para o título mineiro do Módulo II, numa campanha impecável. No time, nomes como Glaysson, Hgamenon, Maurício, Maurinho Veras, Lela, Helbert e diversos que marcaram seus nomes na galeria de campeões alvirrubros.

De 2003 a 2009 o Bugre permaneceu na elite, sempre travando grandes duelos com Atlético, Cruzeiro, América e todos do interior. Sua melhor campanha neste período, foi no ano de 2008, onde Brandãozinho comandou o time numa heróica campanha que terminou com a 5ª colocação. Neste time, nomes como Jajá (artilheiro do campeonato com 7 gols), Willian César, Haender, Eládio, Micão, Cafu, entre outros.

Em 2009 porém a equipe não repetiu a boa campanha do ano anterior e foi rebaixado ao Módulo II. Uma grave crise financeira e administrativa se abateu sobre o clube que parecia abandonado. E assim ficaria, não fosse a união que se fez para tirar o Bugre dessa situação.

Edílson de Oliveira, presidente na década de 80 e comandante de grandes campanhas com o clube, retornou após muito tempo, para provar mais uma vez que a camisa vermelha de Divinópolis tem força!

Após um início de campeonato em que o time parecia não ir muito longe, o Guarani reagiu na hora certa, e contra tudo saiu vencedor, Campeão Mineiro mais uma vez, provando que a História e a Tradição desse clube são imortais.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Fabiano Rosa Campos

FONTES & FOTO: redes sociais do clube – Arquivo Público da Prefeitura de Divinopolis (MG)

Liga de Sports da Marinha – Rio de Janeiro (RJ): disputou o Torneio dos Campeões de 1937

Por Sérgio Mello

A Liga de Sports da Marinha (LSM) é a entidade desportiva máxima da Marinha, localizado na cidade do Rio de Janeiro (RJ). O processo de fundação de entidades esportivas e clubes ampliou-se de maneira significativa no Brasil nos anos iniciais do século XX. Esse movimento chegou também às Forças Armadas.

Apesar de alguns esportes já serem praticados de forma corriqueira por oficiais e praças da Marinha, até 1915 não existia nenhuma regulamentação institucional dessas práticas.

Preocupados em centralizar a organização desses jogos e normatizar a participação dos militares da MB, um grupo de oficiais se reuniu no Clube Naval e Fundou na quinta-feira, do dia 25 de Novembro de 1915, cuja regulamentação institucional se deu por meio do Aviso nº 1, de 4 de janeiro de 1916.

O Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), com sede na Avenida Brasil, nº 10.590 – bairro da Penha, na Zona Norte do Rio (RJ), teve sua origem na Liga de Sports da Marinha, que foi Posteriormente, pelo Decreto nº 24.581, de 5 de julho de 1934, a Liga de “Sports” da Marinha passou a ser subordinada a então Diretoria do Pessoal da Marinha, que mais tarde foi extinta pelo Decreto-Lei nº 2.296, de 10 de junho de 1940, mesmo ato que criou o Departamento de Educação Física da Marinha.

Historicamente, a Marinha do Brasil possui uma tradição de inovar no que tange aos investimentos multiesportivos, o que ocorre desde a criação da Liga de Sports da Marinha (LSM).

Enquanto o Exército Bra­sileiro focava em uma tendência moo esportiva em 1915, com a Liga Militar de Football do Exército (fundado em 22 de junho de 1915), a Marinha diversificava o processo de gestão esportiva apostando em modalidades aquáticas, como natação, water polo, remo e vela.

Os ditos espor­tes militares, exercícios físicos funcionais voltados à tropa, foram traduzidos para o campo competitivo e inseridos como atividades da LSM, assim como o pró­prio futebol, que foi adotado como esporte e serviu, além de prática interna, como mecanismo de duelo de performance atlética entre Exército e Marinha.

O início do século XX foi marcado pela criação de diversas ligas, que passaram a regular o esporte no país e acabaram por fundar a Federação Brasileira de Sportem 1914; após um biênio, essa entidade se conver­teria na Confederação Brasileira de Desportos (CBD).

O Departamento de Educação Física da Marinha foi extinto pelo Decreto-Lei nº 7.467, de 16 de abril de 1945 e foi reativado pelo Decreto-Lei nº 9.265, de 17 de maio de 1946, como Departamento de Esportes da Marinha, denominação esta alterada para Centro de Esportes da Marinha pelo Decreto nº 32.742, de 7 de maio de 1953.

O Centro de Esportes da Marinha teve, novamente, sua denominação alterada para Centro de Educação Física da Marinha pelo Decreto nº 70.161, de 18 de fevereiro de 1972.

Finalmente, passou a ter a denominação atual, Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), pelo Decreto nº 73.058, de 31 de outubro de 1973.

Posteriormente, suas atividades foram regulamentadas pelo Decreto nº 76.687, de 27 de novembro de 1975, que foi revogado pelo Decreto nº 84.781, de 11 de junho de 1980 e alterado pela Portaria nº 110, de 30 de janeiro de 1986, do então Ministro da Marinha, tendo sido, posteriormente, regulamentada pela Portaria nº 20, de 6 de fevereiro de 1997.

A citada Portaria de regulamentação foi revogada pela Portaria nº 63, de 6 de novembro de 1998, do Comando de Operações Navais (ComOpNav), que aprovou uma nova regulamentação.

Por intermédio da Portaria nº 120, de 31 de março de 2008, foi transferida a subordinação do CEFAN para o Comando de Pessoal de Fuzileiros Navais (CPesFN).

Revogada esta última, passou à subordinação do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais (CGCFN), por meio da Portaria nº 65, de 24 de fevereiro de 2010, e tendo suas atividades e organização estruturadas pelo presente Regulamento, aprovado pela Portaria nº 81, de 7 de junho de 2016, do CGCFN, revogada pela Portaria nº 30, de 14 de maio de 2020, do CGCFN, que acrescentou em sua organização uma Assessoria de Sustentabilidade e um Elemento de Controle Interno.

Desde sua criação, o CEFAN tem orientação voltada para o desporto e o aperfeiçoamento físico dos militares da Marinha do Brasil (MB), preparando atletas para competições de nível nacional e internacional.

Torneio dos Campeões de 1937

No futebol, a Liga de Sports da Marinha (LSM) fez alguns amistosos, como no domingo, do dia 14 de Janeiro de 1934, quando enfrentou a Seleção Paulista, onde acabou derrotada pelo placar de 3 a 2, no Estádio General Severiano, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio/RJ.

O Torneio dos Campeões de 1937 foi promovido pela Federação Brasileira de Futebol (não pela CBD) com os campeões estaduais de 1936. Assim, os campeões estaduais de 1936 de São Paulo e Rio de Janeiro foram aqueles que ganharam os campeonatos patrocinados pela APEA – Associação Paulista de Esportes Athléticos e Liga Carioca de Futebol, respectivamente.

Houve uma Seletiva entre o Aliança FC, campeão da cidade de Campos dos Goytacazes, o time da Liga de Sports da Marinha e o Rio Branco de Vitória/ES, que e classificou para disputar o Torneio.

No 1º jogo da Seletiva (eliminatório), na noite dequarta-feira, do dia 06 de janeiro de 1937, a Seleção da Liga de Sports da Marinha foi até Campos dos Goytacazes, e venceu o Alliança Football Club pelo placar de 2 a 0. Os gols foram assinalados pelos dianteiros Paranhos e Aldo. Os grandes destaques da partida foram Mascotte, Paranhos, Fraga e Chaves. Roberto Porto (Liga Carioca) foi o árbitro do jogo.

Liga de Sports da Marinha: Perpetuo; Batistaca e Fraga (cap.); Chaves, Jorcelyno e Appolinário; Mascotte, Paranhos, Sessenta, Aldo e Gaúcho. Técnico: Nicolas Ladany. Reservas: Belmiro, Veiga, 29, Fraga II, Pará e Estanislao

Nae última partida da Seletiva (eliminatório), no domingo, do dia 10 de janeiro de 1937, o Rio Branco recebeu a visita da a Liga de Sports da Marinha,noEstádio Punare Bley, em Vitória/ES. A partida terminou empatada sem gols.

Com isso, o jogo foi para a prorrogação e o Rio Branco venceu por 2 a 0. Renato abriu o placar aos 7 minutos do 1º tempo da prorrogação e Caxambu definiu o marcador na etapa final. Roberto Porto foi o árbitro da peleja, que expulsou o capitão da Liga, Fraga.

Rio Branco: Dias; Humberto e Vicente; Allemão, José Pereira e Manduquinha; Marcionilio (Thales), Alcy, Caxambú, Lucinio (cap.) e Renato.

Liga de Sports da Marinha: Belmiro; Batistaca e Fraga (cap.); Chaves, Jorcelyno e Appolinário; Mascotte, Paranhos, Sessenta, Aldo e Pará. Técnico: Nicolas Ladany. Reservas: Perpetuo, Veiga, 29, Fraga II, Gaúcho e Estanislao

Com isso, a Liga de Sports da Marinha não conseguiu acesso a chave principal do Torneio dos Campeões de 1937. O Atlético Mineiro se sagrou campeão. Uma curiosidade é que na quarta-feira, do dia 25 de Agosto de 2023, se reuniram o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues e dirigentes do Galo, onde foi sacramenta homologação do Campeonato Brasileiro de Clubes como título nacional. Com isso, o Atlético Mineiro passou a ter três títulos do Campeonato Brasileiro: 1937, 1971 e 2021.

Recorte da imagem: Moisés H G Cunha

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FONTES: Revista do CEFAN/CDM Podium Naval, Ano II/ Nº02 “Centenário da Liga Sports da Marinha” – Diário de Notícias (RJ) – Correio da Manhã (RJ) – O Globo Sportivo (RJ) – O Imparcial (RJ)

1º escudo da Liga Campineira de Futebol – Campinas (SP)

Por Sérgio Mello

A Liga Campineira de Futebol (LCF) é a entidade esportiva máxima da cidade de Campinas, situada no Interior do estado de São Paulo a 99 km da capital. A sua população é de 1.139.047 habitantes, segundo o XIII Recenseamento Geral do Brasil, mais conhecido como Censo 2022, a cargo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Foi Fundado na quinta-feira, do dia 28 de fevereiro 1935, e a sua Sede atual, desde 1989, localizado na Rua Prefeito Faria Lima, nº 200, no bairro São Bernardo, em Campinas (SP). As suas cores correspondem a bandeira da cidade: amarelo e azul.

Breve História

 O futebol amador de Campinas, a nível de entidade de administração desportiva, iniciou-se de maneira precária, sem nomenclatura, oficialmente em 1907, que promoveu um campeonato, sendo campeã a Associação Athletica Campineira.

Em 1912, seis clubes reuniram-se e fundaram a denominada Liga Operaria de Foot-Ball Campineira (LOFC), promovendo o segundo campeonato campineiro de futebol.

Em 1916, foi fundada a Associação Campineira de Foot-Ball, organizando-se um novo campeonato. O Guarani foi o campeão neste ano e nos anos de 1919 e 1920. Em 1934 o campeão foi o Campinas F C.

Nasce a Liga Campineira de Futebol

Seleção Campineira de 1963

Na quinta-feira, do dia 28 de fevereiro 1935, na residência do Dr. Francisco Ursaia, presidente e representando a Associação Athletica Ponte Preta, com a presença do presidente do Guarany Futebol Clube, João Mezzalira, fundaram a definitiva Liga Campineira de Futebol (LCF), assumindo o controle do desunido futebol local, que se filiou a Liga Paulista de Futebol, entidade oficial no Estado de São Paulo, filiada à Confederação Brasileira de Desportos (CBD).

Nesta fundação, o presidente da referida Liga Paulista, Pedro Baldassari, nomeou como seu representante o Dr. Jose Carlos da Silva Freire para participar deste ato de fundação.

Os presentes definiram que a recém fundada Liga Campineira de Futebol seria dirigida neste início por uma Junta Provisória composta por quatro membros, Dr. Francisco Ursaia e Orlando Fernandes de Oliveira, representantes da Associação Athletica Ponte Preta e João Mezzalira e Durval F G Castanho, representantes do Guarany Futebol Clube, até a eleição da diretoria definitiva.

Estiveram presentes na fundação da Liga Campineira de Futebol, além dos já referidos, os senhores João Baptista de Camargo Castro, Nestor Rocha, Francisco Antonio Dias e Oscar Barreto, diretores da Associação Athletica Ponte Preta e os senhores Álvaro Pontes Carvalho, João Savioli, Miguel Cantareiro e Carlos Carcani, diretores do Guarani Futebol Clube.

Eleição da 1ª Diretoria da LCF

Na quinta-feira, do dia 02 de maio de 1935, foi realizada a Assembleia Geral para a eleição da Diretoria, Conselho Fiscal e Conselho de Julgamentos da Liga Campineira de Futebol, em sua Sede (Palacete Dias) situada a Rua General Osório, nº 1.118/ Salas 8 e 9, no Centro de Campinas/SP (foi utilizado entre 1935 a 1940). Foram eleitos os seguintes desportistas:

Presidente – Salvador Ovídio de Arruda;

Vice-Presidente – Miguel Cantareiro;

Secretário Geral – Orlando F. de Oliveira;

1º Secretário – Manoel Mattos Pereira;

2º Secretário – Jose Velloni;

1º Tesoureiro – Heitor Silva;

2º Tesoureiro – Alberto Wonrath;

Conselho Fiscal – Luiz Picolotto, Antonio Bento Gonçalves, Jose Alves, Jose Rezze e Vicente Paschoal Junior.

Conselho de Julgamentos – João Trorello Reginato, Oscar Barreto, Antonio P. Azevedo, Miguel Nucci, João Palma, Edgar Ariani, Jarbas de Carvalho Asbahr e Amadeu Tomazine, que tomaram posse na segunda-feira, do dia 06 de maio de 1935.

Esta 1ª Diretoria assumiu a direção da entidade tendo como ativo financeiro a importância de R$ 130.000,00 (cento e trinta mil réis). A diretoria, em sua primeira reunião de trabalho, criou as seguintes comissões:

Comissão de Sindicância – Jacintho Pinto, Alberto F. Marques, Pedro Bonfiglio Zinni, Ricardo Pompermayer e Abel Augusto Dias.

Comissão de Esportes – Ângelo Beluomini, Alberto Simões Augusto, Jose Nogueira Junior, Salvador Amaral e Luiz Payolla.

Comissão de Justiça – Jose Tauil, Vicente Ghilardi, Carlos Serafim, Eugenio Zimaro e Aníbal Sbragia Porto.

Ranking dos maiores campeões

CLUBESTÍTULOS
Guarani F.C.09
 E.C. Gazeta09
A.A. Ponte Preta08
S.R.C. Parques das Universidades04
E.C. Alessandra03
C.A. Valinhense02
 Souza F.C.02
 A.D.C. Kleber02
 A.A. Alvorada02
 Clube Rhodia02
 Yara Clube02
 A.D. Guara02
 D.F.S. Vila Rica02
 C.R. Flamengo02
 Cruzeiro F.C.02
 A.E. Acadêmicos02
 Parque Brasília F.C.02
A.D. Rigesa01
 Floresta F.C.01
 E.C. Juventude Paulista01
 Jabaquara F.C.01
 Vila Nova FC01
 E.C. Santa Odila01
 Bonfim S.R.01
 Flamengo F.C.01
 U.C. Vila Teixeira01
 Esportiva Santalucense01
 S.R.E. Vila Marieta01
 Botafogo F.C.01
 Unidos P.A.F.C.01
 G Santa Isabel01
 A.A. Boa Vista01
 S.C. Advocacia01
 Tricolor V.P.01
 E.C. Cruzeirinho01
 Cofa Vila Costa e Silva01
 S.E. Campos Elíseos01
 D.P.Z. Futebol Clube01

Recorte do documento: Moisés H G Cunha

ARTE: desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS: Acervo da Liga Campineira de Futebol

FONTE: site oficial da Liga Campineira de Futebol

Aliança Atlética FNM – Duque de Caxias (RJ): disputou o Campeonato Fluminense de Clubes Campeões Municipais de 1962

Por Sérgio Mello

O Aliança Atlética FNM (Fábrica Nacional de Motores) foi uma agremiação da cidade de Duque de Caxias, localizado na Baixada Fluminense do estado do Rio de Janeiro. Fundado, no ‘Dia do Trabalhador’, na quinta-feira, do dia 1º de Maio de 1952, por funcionários da extinta Fábrica Nacional de Motores S.A., o Aliança Atlética FNM (ou Fenemê).

A sua Sede social e a Praça de Esportes ficavam próximos a fábrica, localizados na Vila Operária, no Km 23, às margens da Estrada de Petrópolis, no Distrito de Xerém, em Duque de Caxias.

A construção da Fábrica Nacional de Motores (FNM) foi iniciada em 1940, no governo de Getúlio Vargas, na cidade de Duque de Caxias (RJ), distrito de Xerém.  Ela foi idealizada pelo Brigadeiro Antônio Guedes Muniz, tendo sido oficialmente fundada em 13 de junho de 1942, para a construção de motores aeronáuticos, que seriam utilizados em aviões de treinamento militar. 

Era a época da II Guerra Mundial, e em troca da utilização de bases militares no nordeste brasileiro, o governo norte americano deu incentivos financeiros e assistência técnica, para a construção tanto da FNM, como da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).

A fábrica foi instalada próxima à escarpa da Serra do Mar, pois a localização amorteceria os custos da produção, por conter a temperatura e pressão ideal para a construção dos motores. O terreno obtinha fácil acesso à Rodovia Rio-Petrópolis e à Estrada de Ferro Rio d’Ouro, facilitando o contato com a capital federal e com a chegada de técnicos e funcionários e transporte de equipamentos. Além disso, os rios Capivari, Mato Grosso e Saracuruna banhavam a região, gerando assim, a água industrial necessária para abastecer a FNM.

Como forma de diversão e entretenimento nas horas de folga, os operários resolveram fundar agremiações sociais e esportivas, como o Aliança Atlética FNM, a Associação Atlética Piauí e o Vila Nova Futebol Clube. Cada clube foi criado por trabalhadores nascidos fora do estado que batizaram seus respectivos clubes com nomes ligados as suas origens. Muitos ônibus vinham de localidades vizinhas para enfrentar os três times fenemenses.

Com o incentivo da indústria estatal de motores, o Aliança da FNM disputava inúmeros torneios contra agremiações amadoras de Duque de Caxias e times de empresas estatais, como o da antiga Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).

Em 1977, a FNM foi vendida para a Fiat. Anos depois, a fábrica de Xerém, encerrando as suas atividades.

Na década de 50, a Fábrica Nacional de Motores S.A., tinha uma Coluna no jornal Folha de Caxias, e nela (1958) foi citado que o clube era rubro-cinza. Posteriormente, passou a utilizar o azul e amarelo.

O futebol era o carro-chefe do Fenemê, mas também promovia atividades recreativas e culturais, atraindo públicos de fora da cidade, como as confraternizações de 1º de maio, data que se celebra o Dia do Trabalhador e o Carnaval, sempre regadas com muita dança e animação.

Campeonato Fluminense de Clubes Campeões Municipais de 1962

No começo, o time de futebol realizou diversos amistosos, quadrangulares até que em 1962, participou da competição mais importante da sua história: Campeonato Fluminense de Clubes Campeões Municipais, que reunia os campeões dos campeonatos dos municípios do estado do Rio de Janeiro.  

Alguns participantes: Americano Futebol Clube (Macaé); Esperança Futebol Clube (Nova Friburgo); Associação Atlética Cabofriense (Cabo Frio); Fluminense Futebol Clube (São João da Barra); Teresópolis Futebol Clube (Teresópolis).

No final de maio de 1961, foi empossada a nova diretoria da Alliança Atlética F.N.M. Seus componentes:

Presidente – Jader Campos da Silva, Vice-presidente – Wilton Wendling;

1º Secretário – Aládio Costa;

1º Tesoureiro – Luís Gonzaga Frazão;

Diretor social – Antônio Gomes de Oliveira;

Diretores de Esportes – Athelo Pinheiro e Wilson Vasconcelos;

Procurador – Hélio Pereira de Araujo.

Clube desaparece na década de 70

As últimas notícias do clube se limitavam alguns jogos de outras equipes disputadas no campo da Aliança Atlética FNM até 1973. A partir daí mais nenhuma linha citou algo sobre essa simpática agremiação duquecaxiense.  

Algumas Formações

Time base de 1955: Pepê (Wantuil); Nilson e Jair; Garrincha (Pepe), Aurino e Tito (Otavio); Waltrudes (Adail), Tatão, Béca (Adelino), Noir, Ayrton.

Time base de 1956: Chico (Pepê); Getúlio (Adail) e Wilson; Otávio, Edmar e Pimpão (Ita); Maurício, Nortista, Aurélio, Zezé (Esmeraldino) e Noir (Jair).

Time base de 1957: Chico (Pepê); Airton e Getúlio (Juquinha); Tatão (Edmar), Jorge (Faria) e Ribamar (Josafá); Waltrudes, Adelino (Jorginho), Leandro, (Luiz Carlos), Noir e Lídio.

Time base de 1958: Pepê (Chico); Milsinho (Zuquinha) e Ribamar (João); Farias, Josafá e Adahyr; Luiz Carlos (Messias), Curimba (Adelmo), Ailton (Samuel), Aurélio (José) e Noir.

Time base de 1959: 103 (Pepê ou Jonas); Waltrudes (Izaias ou Zezinho) e Gois (Ribamar); Hélio (Messias), Pedro (Lamparina) e Girardi (Adahyr); Bittencourt (Zezinho), Agenor (Luiz Carlos), Frazão (Valmir ou Airton), Josias o ‘Caçula’ (Heraldo), Correia (Leandro) e Nélson (Mirim).

Time base de 1961: Iquimar (Beto); Isaías, Lamparina (Ribamar) e Mauro (Ivan); Sérgio (Lúcio) e Jorge (Siqueira); Airton (Maninho), Walmir (Samuel), Wanderley (Marinho), Leandro e Gilberto (Luiz Carlos).

ARTE: desenho do escudo e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS: Diário da Noite (RJ)

FONTES: Correio da Manhã (RJ) – Folha de Caxias (RJ) – Diário da Noite (RJ) – História da ALFA – FNM – Jornal GGN (RJ) – O Fluminense (RJ) – O Jornal (RJ) – Página no Facebook “Retratos do Futebol Fluminense”, de Orlindo Farias – Última Hora (RJ)

Fotos raras, Crônica e ficha-técnica: Brasil 5 x 1 Paraguai, válido pela Taça Oswaldo Cruz de 1958

Brasil: De Sordi, Oreco, Dino Sani, Zózimo Gylmar, Bellini e o técnico Vicente Feola (em pé); Mário Américo (massagista), Joel, Didi, Vavá, Dida e Zagallo.

Finalmente dissipou-se a dúvida quanto ao treino da seleção brasileira, na quinta-feira, do dia 1º de maio de 1958. Como o Ministério do Trabalho não houvesse concretizado a sua proposta para que o prélio tivesse lugar no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ). A C.B.D. (Confederação Brasileira de Desportos) resolveu atender ao pedido do SESI, de São Paulo a fim de que a exibição se realize no Pacaembu.

Assim sendo os craques nacionais, depois de seu retorno de Araxá (MG), se apresentarão primeiramente aos olhos da torcida bandeirante. No domingo, do dia 4 de maio, todavia, estarão em atividade no Rio, para enfrentar a representação paraguaia no primeiro jogo pela Taça Oswaldo Cruz. A segunda peleia está confirmada para São Paulo, na quarta-feira, do dia 7 de maio.

A entidade brasileira convidou o árbitro austríaco, Erwin Hiergger para apitar a peleja, no Maracanã. Com a impossibilidade em atender o convite, a CBD acabou escolhendo o árbitro carioca Alberto da Gama Malcher (Federação Metropolitana de Futebol).

Paraguai: Aurelio González (Técnico), Edelmiro Arévalo, Juan Vicente Lezcano, Ignacio Achucarro, Salvador Villalba, Elígio Echagüe e Ramón Mayeregger (em pé); Juan Bautista Agüero, José del Rosario Parodi, Jorgelino Romero, Óscar Aguilera, Florencio Amarilla e o massagista.

Cr$ 50,00: arquibancadas na estreia do selecionado

Abertura dos portões do Maracanã às 12:45 horas, por ocasião da partida entre brasileiros e paraguaios – Aprovada a tabela de preços dos ingressos

A C.B.D. anunciou, ontem, preços dos ingressos para a parti da de apresentação do escrete brasileiro, frente ao do Paraguai, dia 4 de maio, no Estádio do Maracanã, na primeira partida da série de duas, pela posse do troféu “Oswaldo Cruz”.

Tais preços deverão prevalecer, também, por ocasião do segundo cotejo, dia 7, no Pacaembu. A tabela aprovada é a seguinte:

Camarotes: Cr$ 750,00;

Camarotes laterais: Cr$ 400,00;

Cadeiras numeradas: Cr$ 150,00;

Cadeiras sem número: Cr$ 80.00;

arquibancadas: Cr$ 50,00;

Gerais: Cr$ 20,00;

Militares e menores: Cr$ 15,00.

Garrincha (reserva), Mário Américo (massagista), Joel, Dida, De Sordi, Zagallo, Oreco, Didi, Dino Sani, Vavá (encoberto), Zózimo, Gylmar, Bellini, Vicente Feola (encoberto) e o juiz Alberto da Gama Malcher (ao fundo)

Programou a C. B. D. a venda antecipada dos ingressos, nos Teatros Municipal e João Caetano, a partir das seguintes datas: Cadeiras, 28 do corrente; Arquibancadas, 2 de maio, e as demais, das 9 horas em diante, do dia do jogo, nas bilheterias do próprio Estádio do Maracanã.

A preliminar desse encontro reunirá as equipes do Cruzeiro do Sul e do S. C. Maracanã. O cotejo entre as representações do Brasil e do Paraguai terá início às 15,30 horas e os portões do Estádio estarão abertos a partir das 12:45 horas.

De acordo com o regulamento da Taça “Oswaldo Cruz”, se houver empate após os dois jogos, permanecerá em poder do detentor.

Joel, Didi, Vavá, Dida e Zagallo, o ataque brasileiro

Crônica na integra do jogo, pelo Diário de Notícias

NÃO deixa de ser algo significativa uma vitória de um selecionado nacional sobre outro, por 5 a 1. E quando se trata de selecionados que se preparam para uma final de Taça do Mundo, um triunfo em tais proporções traz sempre algo de alentador.

Alentador, sim, deve ter sido para quantos assistiram o encontro de domingo, aquele resultado de 5 a 1 a favor da equipe brasileira. Porque, afinal de contas, ganhando de tal forma de uma equipe que já fora, inclusive, apontada como uma das favoritas do Mundial e que viera de uma vitória sobre os argentinos, em Assunção, seguida de uma derrota vendida a peso de grandes esforços, em Buenos Aires, os paraguaios deixam-nos o consolo de que, pelo menos não deverá ser o Brasil o concorrente mais fraco dentre os sul-americanos.

Vamos considerar, com excesso de otimismo, brilhantíssima a vitória do nosso quadro domingo último. Foi de certo, uma vitória espetacular, a tanto elevou-a o marcador de 5 a 1. Mas, devemos ter em conta que os números expressam mais a precariedade da defesa e do ataque paraguaios do que, propriamente, perfeição do trabalho do nosso conjunto.

Partindo-se desse ponto, temos que os brasileiros se impuseram, realmente, e realmente mereceram o triunfo. Fizeram-se senhores da situação logo aos primeiros dez minutos de jogo e manobram como bem entenderam, superando com surpreendente facilidade os homens da defesa contrária, que não apresentaram a menor ideia de coe são nem de valor individual, e aniquilando por completo a ação dos atacantes, dentre os quais José Parodi e Romero mostraram-se mais agressivos que os seus companheiros.

Joel, Dida e Zagallo, os jogadores do Flamengo

Tendo assinalado, sem maiores preocupações depois do primeiro tento, três a zero na primeira etapa, os brasileiros, provavelmente desestimulados pela fraqueza do adversário, desinteressaram-se do marcador, o que não lhes Impediu de marcar mais dois tentos, enquanto os paraguaios. graças a uma falta máxima do viril Belini, conseguiram o seu tento de honra, para fixar o marcador, finalmente, em 5 a 1.

OS SEIS TENTOS

Brasil 1 a 0 – Foi Zagallo que abriu a contagem, aos 12 minutos; recebendo um passe de Dino Sani, que invadira a área pela direita, o ponteiro rubro-negro, num belo ‘mergulho’ cabeceou, abrindo o placar.

Brasil 2 a 0 – Aos 13 minutos, um tiro de Dida levou a bola a resvalar nos pés do zagueiro Lescano e voltar aos de Vavá, que acompanhava Dida; emendando violentamente, Vavá assinalou o segundo.

Brasil 3 a 0 – Aos 33 minutos Dida, aproveitando um centro de Dino, de fora da área, desviou a bola com o calcanhar para ampliar.

Brasil 3 a 1 – O tento do Paraguai surgiu nos 33 minutos do segundo tempo. Arevalo, depois de impressionante e resistência dos demais jogadores (o mal é continental…) cobrando uma falta máxima de Belini em Pelayo.

Brasil 4 a 1 – Aos 37 minutos, aproveitando a bola rebatida na trave, na cobrança de um escanteio, Pelé (entrou aos 24 minutos do 2º tempo), que entrara em lugar de Dida, marcou o quarto tento.

Brasil 5 a 1 – Е, aоs 39 minutos, Zagallo, valendo-se de uma rebatida do guardião Mayeregger, assinalou o quinto e último tento brasileiro.

De Sordi, Vavá e Oreco

Destaques

Entre os brasileiros, que tiveram, como dissemos, uma tarefa cômoda, agradou especialmente, o trabalho de Dino e Zózimo, na defesa, e Didi, Vavá e Pelé, no alaque. É certo que Dida mostrou-se um elemento oportunista: Pelé foi, porém, mas agressivo, emprestou mais vida às investidas dos brasileiros nos poucos momentos em que esteve em campo.

Os demais ele mentos, regulares, apenas Oreco falhou muito. Em conjunto, nossa defesa apresentou-se mais falha do que ataque. Entre os guaranis, salientaram-se Arevalo e Exchague, na defesa, e José Parodi e Romero, no ataque.

Juan Bautista Agüero, José del Rosario Parodi, Jorgelino Romero, Óscar Aguilera e Florencio Amarilla, o quinteto avançado da Seleção do Paraguai

ARBITRAGEM

Funcionou na arbitragem o sr. Alberto Gama Malcher. Teve um trabalho suave, dado o comportamento amistoso dos jogadores, embora fossem assinalados alguns “fouls” e deixasse de marcar outros. Eunápio de Queirós e Frederico Lopes funcionaram como auxiliares.

Na preliminar, os quadros Maracanã e Cruzeiro do Sul empataram por 2 a 2. Foi apurada a renda de Cr$ 4.306.000.30, correspondente a 75.646 ingressos pagos, possivelmente umas oitenta mil pessoas terão assistido ao encontro de domingo.

BRASIL        5        X        1        PARAGUAI

LOCALEstádio Mario Filho, o ‘Maracanã’, no Rio de Janeiro (RJ)
CARÁTERTaça Oswaldo Cruz de 1958
DATADomingo, do dia 4 de maio de 1958
HORÁRIO15 horas e 15 minutos (de Brasília)
RENDACr$ 4.306.030,00
PÚBLICO75.646 pagantes
ÁRBITROAlberto da Gama Malcher (BRA)
AUXILIARESEunápio de Queirós (FMF) e Frederico Lopes (FMF)
BRASILGilmar; De Sordi, Bellini, Zózimo e Oreco; Dino Sani e Didi; Joel, Vavá, Dida (Pelé) e Zagallo. Técnico: Vicente Feola
PARAGUAIRamón Mayeregger, Edelmiro Arévalo e Juan Vicente Lezcano (Darío Segovia); Salvador Villalba, Ignacio Achucarro e Elígio Echagüe; Juan Bautista Agüero, José del Rosario Parodi, Jorgelino Romero (Raúl Aveiro), Óscar Aguillera e Florencio Amarilla (Gilberto Penayo). Técnico: Aurélio González
GOLSZagallo aos 12 minutos (BRA); Vavá aos 13 minutos (BRA); Dida aos 33 minutos (BRA); no 1º tempo. Edelmiro Arévalo, de pênalti, aos 33 minutos (PAR); Pelé aos 37 minutos (BRA); Zagallo aos 38 minutos (BRA), no 2º tempo.
PRELIMINARMaracanã 2 x 2 Cruzeiro do Sul
Joel e Zagallo

No segundo jogo, na quarta-feira, do dia 7 de maio de 1958, no Estádio do Pacaembu, terminou empatado sem abertura de contagem. Com esse resultado, a Seleção Brasileira se sagrou campeã da Taça Oswaldo Cruz.

TRABALHO DE PEQUISA: Sérgio Mello

FOTOS: Acervo de Amir Otoni de Oliveira

FONTES: Correio da Manhã (RJ) – Diário de Notícias (RJ) – O Jornal (RJ) –Tribuna da Imprensa (RJ)